Nos sistemas de geração distribuída com estratégia Grid Zero, a simples configuração do inversor não é suficiente para garantir uma boa segurança. Embora essa abordagem busque evitar a injeção de energia na rede da concessionária, equilibrando geração e consumo local, ela depende inteiramente de elementos de controle e que são suscetíveis a falhas.

O sistema Grid Zero realiza esse controle por meio do monitoramento contínuo da produção e do consumo, redirecionando a energia excedente para cargas auxiliares ou baterias, porém nunca para a rede da concessionária. No entanto, deve-se atentar aos seguintes fatos:

Inversores estão sujeitos a falhas de lógica ou erros na programação de controle.

Sensores de corrente podem sofrer variações indesejadas nas características ao longo do tempo, passando a medir valores incorretos;

Alterações súbitas na carga podem comprometer a precisão e a velocidade de resposta do sistema de controle.

Nessas condições, pode ocorrer a exportação não intencional de energia para a rede de distribuição de média tensão, o que representa um risco operacional para a concessionária e pode vir a gerar implicações legais ao responsável pela instalação.

Por isso, as concessionárias exigem um relé de proteção independente: A função direcional de potência (ANSI 32) deve ser implementada por meio de um relé de proteção dedicado, que opere de forma autônoma ao sistema de controle. Entre os requisitos fundamentais estão:

• Supervisão paralela e autônoma: O relé opera de forma independente do sistema de controle do inversor, assegurando uma camada adicional de segurança e confiabilidade.
• Desligamento imediato da interligação: Em situações anormais, o relé atua prontamente para desconectar a usina da rede elétrica, evitando injeções indesejadas.
• Atendimento normativo garantido: O equipamento está em conformidade com os requisitos técnicos exigidos pelas distribuidoras e segue as normas aplicáveis da ABNT.